O sol escaldante atrapalhou sua visão enquanto ela digitava o número do celular daquele rapaz. É claro que ela sabia de cor, poderia fazer até rimas com os números. A vontade de ligar para escutar sua voz era enorme, mas o sol insistia em brigar com o contraste da tela, impedindo ela de digitar. Ela se sentia tão solitária, seus vários amigos não supriam aquela necessidade de se sentir feliz. Poderia estar rodeada de 100 pessoas que amava, mas não se sentia completa. Por quê? É a pergunta que fazia todos os dias. Solidão, por que existe sem razão? Mas, sua companhia, era tudo o que ela queria.
Pois, aquele rapaz muda seu humor constantemente, variando de tristeza para alegria em questões de segundos. Contudo, consegue irritá-la em frações de segundos muito menores do que já estudado pelos cientistas. Esses dias sem calendários e essas horas sem relógio era o que a tirava do seu quartinho escuro. Ele amava números e as letras a fascinava. Tão distintos e mesmo assim ''amigos'', será que algum cientista poderia explicar o que acontece com os opostos? Por quê? Alguém saberia me dizer?
Então, ela apertou os olhos e conferiu os números, deslizou o dedo no teclado verde e o monitor sinalizou que estava chamando.
- Oi? - ele atendeu, ele sabia que era ela e ela sabia que ele sentia sua falta. Seus olhos encheram de lágrimas porque aquela voz mantinha todos os seus problemas guardados em caixotes no fundo de sua memória.
- Oi. - ela respirou lentamente, um sorrisinho secreto apareceu em seu rosto e uma lágrima saiu do seu olho esquerdo. Ela queria um abraço, daqueles que mantém o coração em paz e que diz ''estarei aqui''. Acredito que abraços deveriam ser eternos, que deveriam durar o tempo necessário para alimentar o corpo e a alma... Para curar aquela dor do lado esquerdo do peito que costuma machucar nos dias de sol e nos fazer lembrar nos dias de chuva. - Seria pedir muito... Um abraço, por favor?
Lady Di
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