Foi em uma manhã de sábado qualquer. Pelo menos, era para ser simplesmente um dia qualquer. Mas, o destino nos pregou uma peça, uma peça difícil de esquecer. Eram 9 horas da manhã, e eu já estava pronta para ir á biblioteca. Sempre fui nesse horário, nesse dia da semana. Era praticamente um costume, uma regra que sempre seguia, que amava seguir. O tempo ia fechando aos poucos, se eu não voasse literalmente, me molharia toda. Por sorte cheguei a tempo!
Fui devolver alguns livros e em seguida fui procurar outros, lá fora a chuva já havia começado. Estava terrivelmente forte! O vento gritava em meus ouvidos, a chuva batia bruscamente nas janelas, a porta da biblioteca se abriu fazendo as folhas soltas voarem. Maria, a bibliotecária fez cara feia para o moço que entrava. Ele provavelmente nunca teria entrado na biblioteca, nunca tinha o visto ali. Então, gentilmente ele pegou as folhas e colocou em seu devido lugar.
Fiquei observando ele pedir desculpas... Nossa, ele é lindo! Alto, magro, tem a pele clarinha, os olhos escuros como a noite, um sorriso secreto e um cabelo sedoso. Ele foi olhar os livros, provavelmente, fez isso para passar o tempo enquanto a chuva gritava ferozmente. Então, ele me viu. Não sei como eu aparentava estar, mas ele... ele tava lindo. Olhei para baixo de vergonha e fitei o livro que estava em minha mão: Anna e o beijo francês. Pude ver ele andando em minha direção.
Foi a cena que mais marcou em toda minha vida. Nunca tive um namoradinho, mas se pudesse escolher, seria ele... Como é lindo! Ele chegou até a mim e sorriu, um sorriso perfeito.
Fique paralisada quando ele puxou assunto... ''Oi, sou o Fernando''. Eu sorri timidamente, e deste então começamos a conversar. Não falamos nada de mais, descobri seu nome, seu estado civil e a operadora de seu celular. Sim, trocamos os números dos telefones. Mas, ele também descobriu coisas sobre mim... Agora ele sabe que venho para a biblioteca todos os sábados nesse horário, que sou tímida, que amo ler livros e que vou esperá-lo sábado que vem.
Foi depois de alguns minutos ou horas talvez que a chuva acabou. Olhamos para a janela juntos com olhar de tristeza. Sabíamos que estava na hora de ir embora, de ele ir embora. Ele chegou perto de mim, tirou o livro de minha mão e me deu um beijo. Um longo beijo.
- Foi muito bom te conhecer, nos encontraremos sábado que vem no mesmo horário? - eu assenti, sem poder ter a chance de dizer algo ele me deu mais um beijo de leve e foi embora. Fiquei olhando sua saída triunfal, parecia que eu estava no céu e não podia sair dali.
Fiquei alguns minutos olhando pro nada, esperando não sei o quê. Quando me lembrei onde estava, o que devia fazer, sai de lá com o meu livro na mão. Provavelmente, vou contar os dias até o próximo sábado chegar... E também, durante esses dias, vou olhar meu celular até ele começar a tocar.
Lady Di
“Em outras palavras, ele era exatamente aquilo que eu precisava. Eu não me esquecerei disso. E certamente não quero perder isso.”
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